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Expulsão dos judeus da Europa medieval prejudicou a economia… e os efeitos ainda são sentidos HOJE: Regiões que os expulsaram têm PIB mais baixo do que as que não expulsaram

Richard Gray Comentário de Julio Severo:   A revelação do professor Luigi Pascali, de que os judeus têm um importante impacto econômic...


Richard Gray
Comentário de Julio Severo: A revelação do professor Luigi Pascali, de que os judeus têm um importante impacto econômico com sua larga experiência bancária, não é segredo para os que conhecem a história donascimento dos Estados Unidos, que deram grande liberdade para os judeus e seu sistema bancário, e o resultado foi: prosperidade. A prosperidade anda com os judeus, quer para o bem ou o mal. Sobre a correlação que ele faz de expulsão de judeus e prejuízo econômico, o Brasil tem sua própria experiência amarga: quando os portugueses, com a ameaça da Inquisição, expulsaram os judeus e os holandeses do Nordeste, essa região caiu em decadência e miséria, que ainda são fortemente perceptíveis hoje.
Eles têm sofrido uma longa história de perseguição e, em alguns casos, os judeus foram energicamente expulsos de regiões inteiras da Europa medieval.
Pintura medieval retratando judeus emprestadores na Europa medieval. 
Mas cidades que toleraram e permitiram que comunidades judaicas florescessem podem ainda estar colhendo os benefícios hoje, de acordo com um recente documento acadêmico.
O documento argumenta que nessas regiões, as comunidades judaicas contribuíram de forma decisiva para o estabelecimento de alguns dos primeiros bancos durante a Renascença e os efeitos são ainda visíveis em economias modernas.
O professor Luigi Pascali, economista da Universidade de Warwick e da Universidade Pompeu Fabra em Barcelona, afirma que a presença de emprestadores de dinheiro e penhoristas judeus durante o século XVI resultou em maior disponibilidade de crédito para as municipalidades.
Esse fluxo de dinheiro garantiu que a produtividade e renda pudessem aumentar.
Falando ao jornal MailOnline, o professor Pascali disse: “Meu argumento é que as cidades, em que a comunidade judaica local no século XVI produziu o começo do desenvolvimento do setor bancário, têm mais bancos hoje e, por causa disso, são mais desenvolvidas hoje. O desenvolvimento bancário local tem um grande impacto causal no desenvolvimento econômico. Em particular, usando dados de nível empresarial, mostro que uma densidade mais elevada de bancos locais aumenta a produtividade total no setor manufatureiro, destinando recursos para as empresas mais produtivas. Esse é o principal canal mediante o qual bancos locais têm um efeito no desenvolvimento econômico.”
Em seu documento, publicado no “The Review of Economics and Statistics” (O Exame da Economia e Estatística) o professor Pascali examina a presença de comunidades judaicas em cidades italianas na Renascença.
Pintura de Rembrandt retratando emprestadores.
Em 1503, uma grande parte do sul da Itália, inclusive o Reino de Nápoles, caiu sob o controle da coroa espanhola, que havia decretado que todos os judeus se convertessem ao catolicismo ou fossem expulsos de seus territórios.
Contudo, no norte da Itália, que permaneceu sob controle francês ou como cidades-estados independentes, os judeus tiveram permissão de permanecer.
Aí eles começaram a estabelecer serviços de empréstimo financeiro depois que a Igreja Católica, por meio de vários conselhos eclesiásticos, proibiu a prática de emprestar para ganhar um lucro entre católicos.
O professor Pascali disse: “Alguns judeus na região central da Itália que haviam se engajado em comércio na Idade Média haviam acumulado fortunas consideráveis e tinham tanto o capital quanto a experiência profissional para se tornarem emprestadores de dinheiro a juros.
“Embora a lei católica que proibia católicos [de emprestar dinheiro] não impedisse o surgimento de uma nova classe de banqueiros mercantis católicos, por mais de um século os judeus gozavam um monopólio no empréstimo aos pobres e à classe média. No começo do século XVI, a expansão geográfica da profissão judaica de empréstimo financeiro estava completa e havia se tornado um fenômeno econômico geral em todas as partes da Itália.”
Penhoristas judeus também começaram a se estabelecer em muitas cidades nortistas, no final levando à criação de bancos de empréstimo de caridade, chamados de Monti di Pieta, numa tentativa de expulsar os judeus do mercado.
Isso significava que até os pobres podiam ter acesso ao crédito se precisassem e essas instituições ainda existem hoje.
Embora haja muitos que argumentam que a expulsão dos judeus do sul da Itália teve um impacto negativo na prosperidade da região na época, o professor Pascali afirma que dá para ver isso ainda hoje.
Foto de decreto espanhol, de 1492, declarando que todos os judeus deveriam se converter ao catolicismo ou enfrentar expulsão de todos os territórios da Espanha.
Ao ver a presença de comunidades judaicas durante a Renascença e o atual poder econômico de cidades hoje, ele afirma que há uma correlação forte.
De acordo com seu estudo, ele estima que se os judeus não tivessem sido expulsos dos territórios da coroa espanhola na Itália, o PIB do sul da Itália teria sido sete por cento mais elevado.
Ele disse que as expulsões dos judeus podem explicar a disparidade de pelo menos 10 por cento de renda atualmente vista no norte e sul da Itália.
O professor Pascali disse: “Embora as casas de penhora desaparecessem com o tempo, Monti di Pietà sobreviveu até hoje e deu origem a uma parcela significativa dos bancos italianos contemporâneos. Meus resultados confirmam que o nível de desenvolvimento bancário durante a Renascença (representado pela presença de um Monte di Pietà ou uma casa judaica de penhora) tinha fortes efeitos causais na atual disponibilidade de crédito nas municipalidades italianas.”
Ele acrescentou que tendências semelhantes às que ocorreram na Itália provavelmente também tenham acontecido em outros países na Europa quando comunidades judaicas foram expulsas na Idade Média.

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